O Dia Nacional de Combate ao Colesterol, celebrado em 8 de agosto, é um momento oportuno para reforçar a conscientização sobre o impacto do desequilíbrio dos níveis de colesterol, condição que compromete a capacidade funcional e a qualidade de vida, especialmente em idades mais avançadas.
O colesterol é uma substância essencial ao organismo, participando da produção de hormônios, da síntese de vitamina D e da formação de ácidos biliares necessários à digestão. O problema surge quando ocorre um desbalanço, com elevação do LDL — o chamado “colesterol ruim” — e, muitas vezes, redução do HDL, conhecido como “colesterol bom”. Essa combinação favorece o acúmulo de placas nas artérias, aumentando o risco de infarto, acidente vascular cerebral e outras complicações cardiovasculares graves.
A abordagem preventiva não deve restringir-se ao monitoramento laboratorial, mas integrar a análise global da condição clínica, do contexto socioambiental e dos determinantes de saúde de cada indivíduo. A medicina integrativa propõe exatamente essa perspectiva, investigando as causas primárias do desequilíbrio lipídico, valorizando estratégias de prevenção primária e secundária e orientando mudanças no estilo de vida como eixo estruturante do cuidado.
Entre as medidas mais eficazes estão a adoção de uma alimentação equilibrada, rica em fibras, frutas, vegetais e gorduras de boa qualidade; a prática regular de atividade física adaptada à capacidade funcional; o acompanhamento periódico de marcadores como colesterol total, LDL, HDL e triglicerídeos; o controle do estresse crônico, que afeta diretamente a saúde do coração; e o fortalecimento de vínculos sociais e redes de apoio, que favorecem a adesão às mudanças e o bem-estar emocional.
Essas estratégias tornam-se ainda mais eficazes quando inseridas em modelos de cuidado estruturados, como a abordagem ICOPE (Integrated Care for Older People), proposta pela Organização Mundial da Saúde, que prioriza a preservação da capacidade funcional como indicador central de saúde. Nesse sentido, cuidar do colesterol é também investir na mobilidade, na energia e na saúde emocional, prevenindo perdas que impactam de forma significativa a qualidade de vida.
Ao marcar esta data, a Gero360 reafirma seu compromisso com um cuidado centrado na pessoa, apoiado por tecnologia e por práticas baseadas em evidências, com sensibilidade e respeito à singularidade de cada indivíduo. Promover a saúde do coração é preservar a força que impulsiona nossa existência, sustentando-a com equilíbrio e propósito ao longo do tempo.
Entendendo o Colesterol sob a Ótica Integrativa
Na perspectiva da medicina integrativa, o colesterol não é visto apenas como um valor numérico registrado em um exame laboratorial, mas como um elemento inserido em um sistema biológico complexo, influenciado por múltiplos fatores. Essa abordagem reconhece a interdependência entre corpo, mente e dimensões emocionais, considerando que o estilo de vida, a qualidade da alimentação, a gestão do estresse e até a saúde intestinal exercem influência direta sobre o perfil lipídico.
Mais do que focar na supressão de sintomas por meio de intervenções farmacológicas, a medicina integrativa busca compreender e corrigir as causas subjacentes do desequilíbrio, promovendo a restauração das funções fisiológicas e a harmonia dos sistemas orgânicos. O objetivo é favorecer um estado de saúde sustentável, que reduza riscos cardiovasculares e fortaleça a vitalidade de forma global e duradoura.
Pilares da Medicina Integrativa no Combate ao Colesterol
1. Alimentação como recurso terapêutico: nutrição funcional
No contexto da medicina integrativa, a alimentação assume papel central na promoção da saúde cardiovascular e na modulação do colesterol. Mais do que restringir o consumo de gorduras, o foco está na adoção de um padrão alimentar capaz de reduzir a inflamação sistêmica, favorecer o equilíbrio metabólico e otimizar o perfil lipídico. A nutrição funcional, ramo da medicina integrativa, prioriza alimentos de elevada densidade nutricional, capazes de atuar como verdadeiros agentes terapêuticos naturais.
Alimentos a serem priorizados
Fibras solúveis: encontradas em aveia, cevada, maçãs, peras, leguminosas (feijão, lentilha, grão-de-bico) e sementes como linhaça e chia. Ao formarem um gel no intestino, ligam-se ao colesterol, dificultando sua absorção e favorecendo sua eliminação.
Gorduras saudáveis: presentes no abacate, azeite de oliva extra virgem, oleaginosas (nozes, amêndoas) e sementes, fornecem ácidos graxos mono e poli-insaturados que contribuem para o aumento do HDL (“colesterol bom”) e a redução do LDL.
Ômega-3: encontrado em peixes de águas frias e profundas, como salmão, sardinha e atum, bem como em sementes de linhaça e chia. Possui propriedades anti-inflamatórias, auxilia na redução dos triglicerídeos e promove benefícios globais à saúde cardiovascular.
Fitoesteróis: compostos bioativos presentes em nozes, sementes, óleos vegetais e alguns vegetais e frutas. Competem com o colesterol pela absorção intestinal, reduzindo sua entrada na corrente sanguínea.
Antioxidantes: disponíveis em frutas vermelhas, vegetais folhosos escuros, chá verde e cacau. Combatem o estresse oxidativo, processo que danifica partículas de LDL e favorece a formação de placas ateroscleróticas.
Alimentos a serem evitados ou consumidos com moderação
Gorduras trans e saturadas: presentes em alimentos processados, frituras, carnes gordas e laticínios integrais em excesso. Contribuem para o aumento do LDL e a redução do HDL.
Açúcares refinados e carboidratos processados: encontrados em biscoitos, bolos, refrigerantes e pães produzidos com farinhas refinadas. O consumo elevado favorece a elevação dos triglicerídeos e a resistência à insulina, condições que impactam negativamente o perfil lipídico e aumentam o risco cardiovascular.
2. Movimento é Vida: A Importância da Atividade Física
A prática regular de exercícios físicos constitui um dos pilares mais consistentes para a promoção da saúde cardiovascular e para o manejo adequado do colesterol. A atividade física contribui para o aumento do HDL (“colesterol bom”), para a redução do LDL e dos triglicerídeos, auxilia no controle do peso corporal e exerce papel significativo na modulação do estresse e da inflamação sistêmica. Sob a perspectiva da medicina integrativa, o movimento é entendido como parte de um cuidado global, devendo ser incorporado de forma prazerosa, adaptada às necessidades, preferências e capacidades funcionais de cada indivíduo, o que favorece a adesão e a sustentabilidade ao longo do tempo.
Modalidades recomendadas
Exercícios aeróbicos: caminhada, corrida, natação e ciclismo, realizados preferencialmente de forma regular, com meta mínima de 150 minutos semanais em intensidade moderada. Esse tipo de atividade melhora a capacidade cardiorrespiratória, favorece a circulação e contribui para o equilíbrio lipídico.
Treinamento de força: musculação, pilates e yoga, entre outras práticas que estimulem a contração muscular contra resistência. Essas modalidades promovem o ganho e a manutenção de massa muscular, aceleram o metabolismo basal, auxiliam na redução de gordura corporal e reforçam a estabilidade articular, prevenindo quedas e lesões.
3. Mente Sã, Corpo Saudável: Gerenciamento do Estresse
O estresse crônico exerce influência direta sobre a saúde cardiovascular, favorecendo o aumento dos níveis de colesterol e de marcadores inflamatórios, além de impactar negativamente o controle da pressão arterial e a regulação metabólica. A medicina integrativa reconhece a relevância dessa conexão e propõe estratégias que visam reduzir a carga de estresse, promover o equilíbrio emocional e fortalecer a resiliência do organismo.
Práticas recomendadas para o manejo do estresse
Meditação e mindfulness: técnicas de atenção plena e foco no momento presente que auxiliam na regulação da resposta fisiológica ao estresse, favorecendo a clareza mental e a estabilidade emocional.
Yoga e tai chi: modalidades que integram movimento, respiração e concentração, proporcionando relaxamento muscular, melhora da postura e aumento da percepção corporal, ao mesmo tempo em que estimulam o bem-estar físico e mental.
Contato com a natureza: passar períodos regulares em ambientes naturais contribui para a redução dos níveis de cortisol (hormônio associado ao estresse), melhora o humor e amplia a sensação de vitalidade e conexão com o meio.
4. Suplementação Inteligente (com orientação profissional)
Embora a base do cuidado integrativo para o controle do colesterol esteja na alimentação equilibrada e no estilo de vida saudável, a suplementação pode ter papel complementar em casos específicos. A escolha dos suplementos deve sempre ser individualizada e orientada por um profissional de saúde, considerando necessidades nutricionais, condições clínicas e possíveis interações com medicamentos.
Exemplos de suplementos com potencial benefício na saúde cardiovascular
Ômega-3 (óleo de peixe): indicado para pessoas que não consomem peixes regularmente. Possui ação anti-inflamatória e contribui para a redução de triglicerídeos, além de favorecer o equilíbrio do perfil lipídico.
Fitoesteróis: compostos vegetais que auxiliam na redução da absorção intestinal do colesterol, podendo complementar a ingestão proveniente da alimentação.
Berberina: substância de origem vegetal associada à melhora dos níveis de colesterol e triglicerídeos, com potencial adicional de apoio ao controle glicêmico.
Coenzima Q10 (CoQ10): nutriente essencial para a produção de energia celular e para o funcionamento cardíaco. Pode ser especialmente útil em indivíduos que utilizam estatinas, a fim de minimizar possíveis efeitos adversos, como fadiga e dor muscular.
A suplementação deve ser vista como apoio e não como substituto de hábitos saudáveis. O uso responsável, aliado a estratégias de prevenção e promoção da saúde, potencializa os resultados e contribui para a longevidade com qualidade.
5. Saúde Intestinal: O Segundo Cérebro
A importância da saúde intestinal para o equilíbrio metabólico e a saúde geral tem sido cada vez mais evidenciada, especialmente no que se refere ao metabolismo do colesterol. Um microbioma intestinal equilibrado exerce papel fundamental na modulação dos processos de digestão, absorção e eliminação lipídica, influenciando diretamente o perfil lipídico e a resposta inflamatória do organismo.
Dentro da medicina integrativa, a promoção da saúde intestinal envolve recomendações específicas para o fortalecimento da flora benéfica, visando otimizar a função digestiva e metabólica.
Intervenções recomendadas para a saúde intestinal
Probióticos e prebióticos: substâncias que promovem o crescimento e a manutenção de bactérias benéficas no intestino, contribuindo para o equilíbrio do microbioma e a melhora da função digestiva.
Alimentos fermentados: kefir, iogurte natural, chucrute e kombucha, que fornecem microrganismos vivos e bioativos, reforçando a diversidade e a resistência da microbiota intestinal.
A integração dessas práticas potencializa o equilíbrio metabólico, colaborando para a gestão do colesterol e para a saúde cardiovascular como um todo.
Conclusão
O Dia Nacional de Combate ao Colesterol representa uma oportunidade significativa para revisitar nossa relação com a saúde cardiovascular e assumir uma postura proativa, consciente e integrativa. Mais do que o controle dos valores laboratoriais, trata-se de cultivar um estilo de vida que favoreça o equilíbrio fisiológico e a vitalidade ao longo do tempo.
A medicina integrativa convida a enxergar o cuidado como um processo abrangente que envolve a alimentação equilibrada, a prática regular de atividade física e o manejo adequado do estresse — atitudes simples, porém poderosas, capazes de proteger o coração e fortalecer a saúde de forma integral.
Pequenas mudanças no cotidiano, especialmente nos hábitos alimentares, na rotina de exercícios e na gestão emocional, podem gerar impactos profundos e duradouros na saúde cardiovascular, possibilitando uma vida mais plena, saudável e livre dos riscos associados ao excesso de colesterol.