Mindfulness em ILPIs: presença que transforma a longevidade

atenção plena

O bem-estar nasce muitas vezes em gestos simples. Uma escuta atenta, um toque de cuidado, uma pausa para respirar fundo, tudo isso pode transformar o dia de quem vive e trabalha em uma ILPI. É nessa delicadeza do cotidiano que corpo, mente e afeto se encontram, criando oportunidades de conexão e presença.

Mindfulness, ou atenção plena, é uma prática que aprofunda essa experiência, convidando à consciência do momento presente e à observação de sensações, pensamentos e emoções de forma aberta e sem julgamentos. Introduzida no Ocidente na década de 1970 por Jon Kabat-Zinn, biólogo molecular e estudioso da meditação Zen, foi sistematizada como programa de cuidado em saúde e hoje é reconhecida como intervenção eficaz para reduzir o estresse, melhorar o bem-estar emocional e apoiar o tratamento de condições físicas e mentais. Por ser universalmente acessível e não ter caráter religioso, integra as Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS) e pode ser adaptada à realidade de diferentes faixas etárias e contextos sociais.

Mesmo em meio a rotinas intensas, com equipes reduzidas e múltiplas tarefas, práticas breves de mindfulness podem ser incorporadas ao dia a dia das ILPIs. Um minuto de respiração consciente ou uma pausa coletiva de silêncio já são suficientes para criar espaços de acolhimento emocional. Ao convidar residentes e equipes a viver o presente com mais atenção e calma, o mindfulness reforça o que há de mais valioso no cuidado: vínculo, serenidade e pertencimento.

Por que estimular a prática de mindfulness em ILPIs

No contexto de uma ILPI, o mindfulness pode ser um recurso de acolhimento emocional, ajudando a reduzir sentimentos de solidão, ansiedade e inquietação. Pequenas pausas meditativas ou exercícios de respiração consciente fortalecem o senso de autocontrole, promovem calma e ressignificam a relação da pessoa idosa com o tempo e o espaço.

Estudos mostram que a prática regular provoca alterações positivas em áreas cerebrais relacionadas à atenção e à regulação emocional, contribuindo para melhorar a comunicação interpessoal, a tomada de decisão e a qualidade de vida.

 

Benefícios para residentes de ILPIs
  • Redução da ansiedade e do estresse: o foco no presente diminui a sobrecarga emocional e favorece o equilíbrio fisiológico.
  • Fortalecimento da resiliência emocional: contribui para lidar com perdas, doenças e limitações de forma mais serena.
  • Mais atenção e clareza mental: exercícios de respiração e consciência corporal estimulam concentração e memória.
  • Melhora da qualidade do sono: o relaxamento físico e mental favorece noites mais reparadoras.
  • Promoção de vínculos: em grupo, a prática reforça empatia, convivência e senso de pertencimento.

Esses benefícios não se limitam ao indivíduo. Sessões coletivas fortalecem a socialização, criam momentos de partilha e consolidam o espírito comunitário, tornando o ambiente institucional mais acolhedor e conectado.

 

Práticas simples e o papel das equipes de cuidado

Não é preciso muito tempo nem grandes recursos para iniciar. Sessões de 5 a 10 minutos com respiração guiada, relaxamento progressivo ou observação sensorial já podem transformar o ambiente. Momentos de gratidão ou mantras de gentileza também fortalecem o bem-estar, envolvendo residentes e profissionais no mesmo gesto de presença e cuidado.

O mais importante é respeitar as capacidades e os ritmos de cada pessoa, priorizando técnicas curtas e inclusivas. Quando profissionais de enfermagem, cuidadores e equipes multiprofissionais conduzem essas práticas, o mindfulness deixa de ser apenas uma atividade e passa a ser parte do próprio cuidado, ajudando a transformar o cotidiano em um espaço terapêutico, onde toque, escuta e atenção são reconhecidos como recursos de saúde.

Promover mindfulness em ILPIs é, assim, um convite para integrar ciência, afeto e tecnologia, apoiando um envelhecimento mais leve, conectado e consciente — para residentes e também para quem cuida.

 

Conclusão

Inserir a atenção plena no cotidiano institucional é um convite para que cada idoso viva com mais significado e serenidade, transformando cada instante em uma oportunidade de cultivar bem-estar, autoconhecimento e esperança. Essa perspectiva dialoga diretamente com o propósito da Gero360, que reconhece o valor do mindfulness e de outras práticas integrativas como parte de um cuidado verdadeiramente conectado.

Convidamos você a explorar nossos  conteúdos sobre bem-estar aqui  no blog e a conhecer o ecossistema Gero360, desenvolvido para apoiar instituições e profissionais na construção de rotinas mais humanas, inclusivas e cheias de propósito.

Referências:

ROSELFELD, Sandra. Iniciação à Meditação. RJ: Editora Jaguatirica, 2022.

Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS). Ministério da Saúde, 2023.
Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/composicao/saps/pics/recursos-teraupeticos

Sobre a Gero360

Nosso propósito é aliar conhecimento e tecnologia para inspirar indivíduos, estimular comportamentos e relacionamentos voltados para o cuidar de si e para o cuidar do outro com simplicidade, dedicação e amor.

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