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Sexualidade e prevenção na 3ª idade

Ana Paula Neves em 06/12/2019

sexualidade na terceira idade

A sexualidade na terceira idade é um tema tabu e rodeado de preconceitos. Contudo, a atividade sexual nesta etapa da vida deve ser percebida como natural e saudável para evitar transtornos ao indivíduo. Dessa forma, falar abertamente sobre o tema e a prevenção sexual possibilita que o envelhecimento seja com conforto e segurança.

Mesmo durante a 3º idade, é importante alertar a população sobre a necessidade do uso da camisinha e outros cuidados preventivos, para que o indivíduo tenha uma vida sexual segura e sem infecções sexualmente transmissíveis (ISTs).
+ Leia também: O idoso no Brasil: entenda o envelhecimento hoje no país

Prevenção em primeiro lugar

O Dia Mundial de Luta Contra à AIDS, que ocorre em 1º de dezembro, é um importante marco para relembrar a importância da prevenção e do tratamento desta doença que atinge mais de 9 milhões de pessoas ao redor do mundo. No indivíduo idoso, a AIDS tem um impacto maior do que no jovem, principalmente no aspecto físico. Isso se deve à associação com outras doenças que o idoso apresenta durante a 3ª idade. Por isso, ele apresenta maiores chances de desenvolver infecções mais graves e de não ter a mesma resistência de um paciente mais novo.

O boletim epidemiológico do Ministério da Saúde sobre HIV/Aids de 2018 mostra que, entre a população feminina, a faixa etária de mulheres idosas apresenta a maior variação de aumento de casos de confirmação do vírus HIV. Em 10 anos, os diagnósticos cresceram 657%.

Dentre outros fatores que estão relacionados ao aumento deste número e à necessidade do diálogo sobre a sexualidade na 3ª idade, temos:

  • Mudanças nos relacionamentos sociais que facilitam novas parcerias para todas as idades;
  • Avanços na área de saúde, como tratamentos de reposição hormonal e as medicações para impotência, tem estendido a vida sexual ativa entre pessoas idosas.
  • Práticas sexuais sem preservativo. Frequentemente associado ao impedimento de uma gravidez indesejada, que é pouco comum nesta fase, e não à prevenção de doenças.

Como envelhecer afeta a sexualidade?

Quando falamos sobre sexualidade, é importante ressaltar que o conceito vai além do ato sexual em si. Ela envolve também o toque, o beijo, e diferentes estímulos que o indivíduo recebe ao se relacionar com o outro.
Durante o processo de envelhecimento, alguns fatores afetam diretamente a sexualidade feminina e masculina.
Nas mulheres, são eles:

  • Climatério: correspondente ao período de transição entre a fase reprodutiva e a frase não-reprodutiva. Nesta fase, muitas mulheres passam por sintomas como irregularidades menstruais, irritabilidade, labilidade emocional, alterações na pele, mamárias e cardiovasculares.
  • Menopausa: diferente do climatério, é a suspensão definitiva da menstruação. Alguns dos sintomas: ondas de calor, alteração no padrão do sono, secura vaginal, diminuição da libido e sintomas depressivos.

Nos homens, o fator característico é a chamada Andropausa que ocorre com o avançar da idade e a diminuição da produção de vários hormônios, principalmente, a testosterona – o hormônio sexual masculino. No entanto, para o sexo masculino, o processo é mais lento – com quedas relativamente menores – e com manifestações menos aparentes. Entre os sintomas estão: aumento da gordura corporal, tendência à anemia, perda de interesse sexual, apatia e depressão, irritabilidade, insônia.

É preciso promover o diálogo

Como citamos no início do texto, a sexualidade é um aspecto importante na vida do indivíduo, jovem ou idoso. Dessa forma, expandir o conhecimento da população sobre as alterações fisiológicas e psicológicas durante a 3ª idade e promover o diálogo sobre necessidades, prevenção e tratamentos nesta área torna-se fundamental para o bem-estar nesta etapa da vida. Por isso, é necessário o envolvimento dos profissionais de saúde e cuidado ao idoso para a multiplicação dessas boas práticas.

Fontes:
Idosos também precisam se prevenir contra o HIV – Drauzio Varella

Sexualidade na Terceira Idade – Portal da Educação

Detecção de HIV aumenta mais de 600% entre mulheres idosas no Brasil – O Globo