O Dia Internacional das Pessoas com Deficiência, celebrado em 3 de dezembro desde 1992 pela Organização das Nações Unidas (ONU), reforça o compromisso global de garantir dignidade, equidade e participação plena na vida social de todas as pessoas com deficiência. A data recorda que inclusão não se limita a adaptações estruturais: exige políticas consistentes, práticas sensíveis e relações que reconheçam cada pessoa como sujeito de direitos, com voz, história e protagonismo.
Em suas campanhas, a ONU tem destacado o tema da liderança de pessoas com deficiência para um futuro inclusivo e sustentável, lembrando que visibilidade e participação são pilares para qualquer sociedade que se pretenda justa. Promover inclusão é assegurar acesso à saúde, educação, trabalho, cultura e espaços de convivência, condições básicas para que cada pessoa exerça seu potencial e participe plenamente da comunidade.
Os números reforçam a urgência desse compromisso. Globalmente, estima-se que cerca de um bilhão de pessoas — aproximadamente 15% da população mundial — conviva com algum tipo de deficiência. No Brasil, segundo o IBGE, são aproximadamente 14,4 milhões de pessoas com 2 anos ou mais, representando 7,3% da população. Esses dados expressam não apenas uma realidade demográfica, mas um chamado à ação, na qual políticas e serviços precisam ser planejados a partir da diversidade humana, e não apesar dela.
Nas Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPIs) e nos serviços dedicados à longevidade, essa perspectiva se manifesta em práticas muito concretas. Ambientes acessíveis, atividades que respeitam diferentes ritmos, comunicação clara e adaptada, tecnologias assistivas e uma escuta contínua das necessidades individuais fortalecem a autonomia e o protagonismo de cada pessoa. São escolhas que conectam o cuidado diário aos princípios dos direitos humanos e ao compromisso de garantir uma vida digna a todos.
Mas inclusão vai além do espaço físico ou dos recursos técnicos. Depende de mudança de postura, sensibilidade institucional e compromisso com a justiça social. Isso significa enfrentar o capacitismo, revisar processos, cuidar da linguagem, capacitar equipes e criar políticas que assegurem participação social, acesso à saúde e oportunidades reais de desenvolvimento, elementos fundamentais para que cada pessoa possa exercer plenamente sua cidadania.
Neste 3 de dezembro, o convite é para renovar esse compromisso e ampliá-lo para além da data. Que cada espaço de cuidado, convivência e gestão se torne um território de pertencimento, autonomia e reconhecimento. Que a inclusão seja uma prática diária, construída com atenção, respeito e responsabilidade, para que todas as pessoas, com ou sem deficiência, possam viver com dignidade, participação social e sentido.
