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A vida social dos idosos

Ana Paula Neves em 31/05/2018

Vida Social dos Idosos

A vida social dos idosos é tema de programa de TV

A vida social dos idosos foi tema do programa “Como Será” – exibido pela Rede Globo em março. No post Rotina de Cuidados do Idoso, o primeiro publicado aqui no blog, abordamos este tema e destacamos a importância da socialização para uma vida longa e feliz.

 

Vida social saudável pode significar vida longa

A Universidade de Harvard, uma das mais conceituadas do mundo, realiza há mais de 75 anos um estudo para entender o que realmente mantém as pessoas felizes e saudáveis ao longo da vida. Neste período, pesquisadores da universidade acompanharam a vida e o processo de envelhecimento de mais de 724 indivíduos. Segundo Robert Waldinger, diretor da pesquisa, as lições aprendidas não são sobre riqueza ou sobre fama, são sobre os relacionamentos que mantém as pessoas felizes e saudáveis.

Em uma palestra disponível na plataforma TED, doutor Robert ressalta que as pessoas que estão mais conectadas com a família, com os amigos e com a comunidade são mais felizes, fisicamente mais saudáveis e vivem mais do que as pessoas que tem poucas conexões sociais. “As relações saudáveis protegem não só o nosso corpo, mas também o nosso cérebro. Pessoas que sabem que podem contar com alguém, em caso de necessidade, tem sua memória preservada por mais tempo”, afirma o doutor.

 

A vida social: do mundo virtual para o mundo real

Com os avanços da tecnologia e as novidades na forma de interação entre as pessoas, muitas amizades estão surgindo no mundo virtual e se fortalecendo fora dele. Um exemplo disso é o grupo de amigas formado por Claudia Casagrande, criadora da página Projeto 60 anos. Em seu site, Claudia declara:

“Criei a página Projeto 60 Anos, no Facebook, com o intuito de ser incentivada por amigos e familiares em minhas metas para chegar aos 60 anos com saúde e bem estar. No entanto, o alcance de minhas postagens ultrapassou meu círculo social logo nos primeiros dias e hoje, com um público cada vez mais ávido por informações e novidades, a página se tornou uma rede de sociabilidade onde os internautas (em sua maioria mulheres) trocam mensagens de incentivo, sugestões de moda, viagens, saúde e artigos sobre atualidades. Passou, portanto, a conectar pessoas que compartilham pensamentos e atitudes com o mesmo objetivo: atingir a maturidade com qualidade de vida e muito charme”.

Atualmente, Cláudia tem mais de quinhentos mil seguidores. Além das interações nas redes sociais com seus seguidores, ela organiza eventos e viagens para que o grupo de amigas possa se encontrar. Segundo ela, os encontros estão contribuindo para a formação de grandes amizades. São pessoas com a mesma disposição, energia e interesses. Pessoas que pensam e agem igual e que tem os mesmos sonhos.

 

O mundo virtual e os problemas da vida real

Assim como o Projeto 60 anos, outras iniciativas estão surgindo com força no mundo virtual. São grupos que foram criados no Facebook e no Instagram para a troca de informações e experiências sobre dificuldades da vida real, que se fortaleceram na medida em que seus membros encontraram ali pessoas com quem podem contar nos momentos de necessidade.

É o caso, por exemplo, dos grupos Alzheimer Notícias, Diabetes Infantil.

O grupo Alzheimer Notícias, que já conta com quase dez mil seguidores no Facebook, foi criado por Mariza Laino após seu pai ter sido diagnosticado com a doença de Alzheimer. Mariza tem sido incansável em buscar e partilhar informações sobre a doença, além de estar sempre atenta às demandas do grupo.

O grupo Diabetes Infantil foi criado por Fabiana Cuerci com propósito de ajudar mães que, assim como ela, tem um filho com diabetes tipo 1. Na página “Sobre” de seu grupo no Facebook, Fabiana escreveu: “Resolvi criar esse grupo no intuito de ajudar várias e várias mamães que passam por isso todos os dias, através dos nossos desabafos e dicas podemos nos ajudar mais e mais!”

Iniciativas como estas são admiráveis. São exemplos de pessoas que tomaram a decisão de dividir seu conhecimento e sua experiência de vida para ajudar outras pessoas. Ao fazer isso, acabaram criando uma rede de apoio na qual a colaboração é um objetivo comum. Seus grupos são, na prática, um ambiente no qual as pessoas encontram informação e carinho.

 

A importância das redes de apoio social

No livro traduzido para o português com o título Plano B: O Design e as alternativas viáveis em um mundo complexo, o autor John Thackara afirma que apesar das evidências claras de que redes de apoio social melhoram a saúde, a grande maioria da produção em pesquisa e desenvolvimento científico se dedica à ciência e tecnologia e não à inovação social (pág. 171).

O autor ressalta, também, que “as redes de apoio para problemas de saúde menos glamourosos, como as doenças mentais, são incrivelmente intensivos em termos de tempo. Pessoas que cuidam de pacientes com demência, por exemplo, passam uma média de 80 horas por semana nessa atividade” (pág. 174).

No post Cuidar de alguém não pode ser um ato solitário reforçamos a importância da criação de um círculo de cuidados e da divisão de tarefas para que o ato de cuidar de alguém não se transforme em um ato solitário para o cuidador. Os círculos de cuidados favorecem o diálogo e a troca de informação, ajudam as pessoas a cuidarem juntas, em pequenos grupos.

“Ao longo da história, os seres humanos sempre estabeleceram comunidades sociais, desenvolveram regras sociais, integraram seus membros em complexos relacionamentos recíprocos e desenvolveram confiança social. Não precisamos inventar a sociabilidade: ela já existe”. (Thackara, Jonh. Pág. 181).

Precisamos, no entanto, exercitar nossa sociabilidade associada à disponibilidade para o outro, para o cuidar. Afinal, ter com quem contar pode nos fazer viver melhor e por muito mais tempo.

 

Para saber mais sobre o nosso círculo de cuidados, navegue pelo nosso site ou clique nos links abaixo.