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O autismo em pessoas idosas

Ana Paula Neves em 20/04/2022

O Transtorno do Espectro Autista (TEA), também conhecido como autismo, atinge mais de 70 milhões de pessoas ao redor do mundo. Apesar de tantos casos, é comum associarmos quase que imediatamente o transtorno à infância e esquecermos das pessoas adultas que convivem com o autismo, principalmente os idosos.

O espectro do autismo é definido como um distúrbio neurológico que pode impactar no desenvolvimento comportamental, cognitivo, de comunicação e motor. Pessoas dentro do espectro podem apresentar déficit na comunicação social ou interação social e padrões restritos e repetitivos de comportamento, como movimentos contínuos, interesses fixos e hipo ou hipersensibilidade a estímulos sensoriais, segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais DSM-5 – referência mundial de critérios para diagnósticos.

Cada paciente é afetado em intensidades diferentes e, além disso, o diagnóstico do TEA acaba por se confundir com outros distúrbios, o que leva muitos a conviverem no espectro sem saber que estão nele de fato. Esses sintomas podem ser observados desde a primeira infância e seu diagnóstico definitivo é possível após os 3 anos de idade. Assim como outras deficiências, quanto antes for feito o diagnóstico, mais fácil se tornam os cuidados e até os avanços do paciente.

O autismo é uma condição para a vida toda e, por isso, é importante saber como identificar os sinais do TEA em pessoas idosas que não tiveram esse diagnóstico nas primeiras fases da vida.

Como identificar sinais de autismo em uma pessoa idosa?

Apesar do Transtorno do Espectro Autista ser comumente diagnosticado ainda durante a infância, muitas pessoas com TEA vivem uma vida pessoal e profissional sem grandes impedimentos. Um caso famoso é o do premiado ator Anthony Hopkins, que descobriu o transtorno apenas quando entrou na terceira idade. Por isso, é importante estar atento a alguns sinais, como:

  • Falta de relacionamento com outras pessoas
  • Falta de reciprocidade emocional
  • Dificuldade de iniciar ou manter uma conversa
  • Padrões repetitivos de comportamento e de interesses
  • Inflexibilidade da rotina

Caso os padrões acima sejam percebidos em algum residente, é aconselhável buscar avaliações psiquiátricas e psicológicas para confirmar ou descartar o diagnóstico.

Qual o objetivo do tratamento?

Diferente do que ocorre com crianças diagnosticadas com autismo, para pessoas idosas a terapia não será feita com o propósito de desenvolver habilidades básicas, mas sim, de trabalhar a autonomia do paciente e a convivência com os demais residentes, no caso de um idoso diagnosticado em uma Casa de Repouso ou Instituição de Longa Permanência. Já as terapias medicamentosas têm como objetivo a diminuição dos sintomas, podendo variar a cada caso de acordo com a necessidade do paciente.

Quais fatores preciso considerar para o acompanhamento de um idoso com TEA?

A Organização Mundial de Saúde reforça que “as intervenções para as pessoas com transtorno do espectro autista precisam ser acompanhadas por ações mais amplas, tornando ambientes físicos, sociais e atitudinais mais acessíveis, inclusivos e de apoio.”

Ainda há poucas pesquisas sobre as mudanças cognitivas que acontecem ao longo dos anos em uma pessoa diagnosticada com TEA. Mas, além de questões e doenças que aparecem com o avanço da idade, como pressão alta, diabetes e artrose, é importante lembrar que alguns eventos comuns da vida, como a morte de parentes próximos, podem ocasionar um impacto maior em quem se encontra no espectro autista.

Por isso, o acompanhamento psicoterápico pode ser aconselhado, levando todas essas questões em consideração e auxiliando o residente a entender e lidar com as suas emoções da melhor forma possível.

O que a minha ILPI pode oferecer para melhorar a qualidade de vida destes residentes?

Além do acompanhamento psicoterápico, a instituição pode oferecer outras atividades, como musicoterapia, que ajuda a diminuir sintomas como dificuldades motoras, de comunicação e cognitivas (entenda mais sobre musicoterapia e seus benefícios aqui), e exercícios físicos, como caminhadas ou atividades aquáticas, que podem ajudar a reduzir o comportamento antissocial e até a agressividade.

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