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Envelhecimento e saúde do homem: é preciso cuidar!

Ana Paula Neves em 17/11/2021

Envelhecimento e saúde do homem

Você sabia que, em geral, homens cuidam menos de sua saúde do que as mulheres? Normalmente, o cuidado com a saúde do homem em só acontece quando uma doença exige. 

Um exemplo disto é a ocorrência do câncer de próstata, doença que atinge, principalmente, os homens a partir dos 60 anos. De acordo com um estudo da Universidade de Harvard, 70% das mortes por câncer de próstata acontecem depois dos 75 anos de idade. Adicionalmente, pesquisas indicam que muitos casos poderiam ter sido identificados precocemente, quando as chances de tratamento são maiores.

Para mudar este cenário, há duas datas no calendário anual que nos ajudam a reforçar o alerta para o envelhecimento e saúde do homem. Em 15 de julho, é comemorado o Dia Nacional do Homem e, em 19 de novembro, o Dia Internacional da Homem. Embora sejam pouco divulgadas, essas datas tem o objetivo de chamar a atenção da sociedade para problemas de saúde que podem atingir o sexo masculino.

Como é a relação do homem com a saúde?

A pesquisa “Um novo olhar sobre o homem”, realizada em 2019, mostra que quase 40% dos homens até 39 anos e 20% daqueles com mais de 40 só vão ao médico quando se sentem mal. Como mencionamos no post sobre dicas de comemorações para julho, alguns tópicos do estudo chamam atenção para a relação do homem com o cuidado com a saúde:

  • Homens sabem que precisam adotar hábitos saudáveis, mas na prática é diferente. Por exemplo, cerca de 65% dos entrevistados sabem que a prática de exercícios físicos é essencial, mas somente 35% se exercitam pelo menos três vezes por semana.
  • Existe certa resistência por parte dos homens para procurar atendimento médico, por motivos associados aos valores das consultas, à falta de agendamento dos médicos do SUS ou por se sentirem bem e, por isso, acharem que não precisam procurar atendimento médico.
  • Os homens estão emocionalmente fragilizados, pois sentem ansiedade (63%), tristeza (46%) e depressão (23%). Este dado reforça o fato de que o fardo de “super-herói” carregado por muitos deles é um mito, e, assim como os demais indivíduos, precisam assumir o protagonismo dos cuidados da sua saúde.

A velhice é feminina?

De acordo com dados do IBGE de 2019, no Brasil, a expectativa de vida dos homens é de 73,1 anos, já a das mulheres é de 80,1. Alguns fatores científicos levantam hipóteses para essa diferença de expectativa de vida, como a genética e os hormônios. Por outro lado, questões comportamentais afetam diretamente este dado. O incentivo cultural para que homens se comportem de maneira mais violenta e arriscada do que as mulheres também tem um peso na expectativa de vida menor, segundo os especialistas.

Além disso, como citamos acima, fatores culturais fazem com que mulheres se atentem mais ao cuidado, visitando o médico mais frequentemente do que os homens da mesma idade em diversos países.

Entre os 16 e 60 anos, a mulher estabelece uma frequência de consultas ginecológicas e preventivas, desenvolvendo o hábito de uma rotina de cuidados que vai além do aparelho reprodutor.

Uma das explicações para isso está na ideia enraizada de que se cuidar é uma preocupação feminina. Marcia Regina Cominetti, do Laboratório de Biologia do Envelhecimento da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), explica que o cuidado não está apenas no uso de cosméticos, como é comum associar, mas em atitudes e escolhas diárias, “elas fumam menos, bebem menos, trabalham em serviços menos pesados e se tratam mais do que os homens”. Um ponto que pesa na procura de serviços de cuidado da saúde e bem-estar por parte dos homens é que, grande parte deste atendimento é desenvolvido e voltado para a população feminina. Neste contexto, o homem idoso passa despercebido.

Outra conduta associada ao fator cultural é o machismo presente na nossa sociedade, que generaliza o conceito de que “homem não chora” e, em termos práticos, não precisa procurar ajuda ou cuidado de terceiros.

Como esta realidade é refletida nas ILPIs?

O primeiro fator a ser abordado é que, em geral, a população institucionalizada é de maioria feminina. Isso acontece porque, no seu processo de envelhecimento, o homem tem uma assistência de cuidado domiciliar que pode ser executada pela esposa, filha, nora, ou outros familiares do sexo feminino, que o acompanham até o final da sua vida. Quando isso acontece, a opção de institucionalização para suas esposas aparece como uma forma de evitar a solidão na rotina após a partida dos seus parceiros.

A partir deste contexto, cria-se um cenário de atividades que acabam sendo vistas como “femininas”. Sandra Regina Gomes, coordenadora de políticas para a pessoa idosa da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania da Prefeitura de São Paulo, ressalta que parte da solução passa por envolver os homens em atividades que, normalmente, são dominadas pelas mulheres. “Quando se abre uma atividade com 60 vagas, 58 delas são preenchidas por mulheres”.

Como ativar a mudança deste cenário?

Por todos esses motivos citados acima, informar sobre o tema e estimular a mudança deste comportamento entre os homens e a sociedade em geral é tão importante. Comece propondo um momento de diálogo no seu ambiente familiar ou de trabalho para conscientizar sobre o cuidado e a saúde do homem, a importância do check up periódico e a necessidade de voltar a atenção, também, para a saúde mental desses indivíduos. Neste bate-papo, vale envolver não só os homens, mas também as mulheres da sua Instituição que podem levar essas informações relevantes para familiares, maridos, filhos, entre outros.

A informação precisa superar as barreiras do preconceito, através de estratégias de prevenção dirigidas a conscientizar melhor a população masculina desde a adolescência. Dessa forma, veremos mudanças efetivas na população masculina idoso no futuro, que será mais funcional e ativa.

Vale lembrar que, apesar do Dia Nacional do Homem ser uma celebrada no Brasil, em diversos outros países o Dia do Homem é comemorado em 19 de novembro, alinhado com a campanha do Novembro Azul para conscientização contra o câncer de próstata.

Fontes:
  1. Estudo sobre Exame de PSA após os 75 anos – Harvard: https://drauziovarella.uol.com.br/
  2. Expectativa de vida no Brasil: https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/
  3. Feminização da velhice, uma questão masculina:
    http://revistaaptare.com.br/
  4. Saúde do Idoso: http://www.rio.rj.gov.br/

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