O Dia Nacional do Parkinsoniano, comemorado em 4 de abril, marca o início da semana de conscientização sobre a doença de Parkinson, que se estende até 11 com o Dia Mundial da Doença de Parkinson. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Parkinson atinge entre 1% e 2% dos idosos no mundo. É classificado como a segunda doença degenerativa mais prevalente no mundo, ficando atrás – apenas – da doença de Alzheimer.
Ter um familiar idoso diagnosticado com Parkinson traz alterações importantes na rotina do paciente e das pessoas que convivem com ele. Segundo a especialista em gerontologia Maria Angélica Sanchez, após o diagnóstico da doença, o paciente e sua família devem analisar que adaptações devem ser feitas em seu cotidiano para lhe proporcionar maior qualidade de vida. “Auxiliar o paciente na execução de algumas ações; adaptar os ambientes habitados pelo parkinsoniano; seguir o cronograma de horários dos medicamentos indicados pelo médico e participar de consultas frequentes, são algumas das ações necessárias”, explica ela.
Tremor não é o único sintoma…
Embora o sinal mais comum associado à doença de Parkinson seja o tremor, ele não é o seu principal indicador. O sintoma principal do Parkinson é a lentidão dos movimentos (bradicinesia). No entanto, conforme esclarece a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), o fato de – muitas vezes -os idosos apresentarem lentidão nos movimentos faz com que este sintoma dificilmente seja associado ao Parkinson.
Normalmente, associa-se a bradicinesia ao processo natural de envelhecimento.
Entre os principais sintomas motores da doença de Parkinson, estão:
- Lentidão de movimentos, chamada bradicinesia
- Agitação ou tremor em repouso
- Rigidez dos braços, pernas ou tronco
- Problemas com o equilíbrio e quedas, também chamado de instabilidade postural
Alterações de humor como depressão; ansiedade; irritabilidade; insônia e prisão de ventre são classificadas como indicações não-motoras que auxiliam no processo de diagnóstico da doença de Parkinson.
A doença de Parkinson não possui cura. No entanto, existem diferentes tipos de tratamentos que podem amenizar os sintomas da doença e garantir mais conforto e qualidade de vida ao parkinsoniano. As terapias podem ser: medicamentosa; psicoterápica e, em alguns casos, até cirúrgica. O tratamento com medicação é feito a base de drogas neuroprotetoras que visam evitar a diminuição progressiva de dopamina, neurotransmissor responsável pela transmissão de sinais na cadeia de circuitos nervosos. Já o tratamento psicoterápico, que ocorre em função da depressão; da perda de memória e do aparecimento de demências, pode ser acompanhado de medicamentos antidepressivos e outros psicotrópicos.
Para complementar, a medicina integrada, que incorpora a saúde física e mental do paciente, é fundamental para garantir a sua qualidade de vida. Por isso, devem ser envolvidos especialistas como fisioterapeutas, psicólogos e nutricionistas. Um projeto de Lei que está em tramitação na Câmara dos Deputados propõe o fornecimento de medicamentos e outras formas de tratamento para portadores de Parkinson, como fisioterapia, terapia fonoaudiológica e atendimento psicológico pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Tenho um idoso com Parkinson em casa… E agora?
Os familiares e cuidadores são as pessoas que ajudarão no cotidiano do paciente e, por isso, contribuirão para atender às suas necessidades físicas e emocionais. Algumas práticas simples podem promover a qualidade de vida do parkinsoniano:
- Permita que ele faça as coisas no seu próprio tempo, sem apressá-lo
- Incentive sua movimentação, dentro das possibilidades do paciente
- Faça adaptações na casa para evitar acidentes: evite tapetes e fios elétricos soltos; ilumine bem os ambientes e instale barras de apoio, caso necessário
- Estimule atividades que dão prazer ao idoso: encontro com amigos, passeios para se distrair, atividades sociais em geral
Existem, aproximadamente, 4 milhões de pessoas no mundo com a doença de Parkinson. Os dados da Organização Mundial da Saúde mostram que, com o aumento da expectativa de vida e o envelhecimento da população, esse número pode dobrar até 2040. A conscientização sobre o tema é fundamental para que a população portadora da doença consiga viver com mais conforto e bem estar.
Como falamos no texto sobre doenças crônicas, há um elemento comum que pode proporcionar qualidade de vida para o idoso que convive com o Parkinson: adotar de forma estruturada e permanente uma rotina de cuidados que promova sua saúde e bem-estar, apesar da doença. Saiba mais sobre isso no post: O que fazer diante do diagnóstico de uma doença crônica?
Para saber mais sobre os direitos e benefícios do portador de Parkinson visite o site do Projeto Vibrar com Parkinson, clicando aqui.
Fontes:
- Projeto de Lei: https://www2.camara.leg.br/camaranoticias/noticias/SAUDE/570857-PROPOSTA-GARANTE-MEDICACAO-E-TRATAMENTO-PARA-PORTADORES-DE-PARKINSON.html
- Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia: https://sbgg.org.br/parkinson-muito-alem-do-tremor/
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