Estamos vivendo mais! E isto é fruto, entre outros fatores, de melhorias na infraestrutura urbana; na saúde pública e de avanços nas áreas médica e farmacêutica. Neste contexto, vale destacar a contribuição relevante que as vacinas tiveram e continuarão tendo para o aumento de nossa esperança de vida. Afinal, pessoas vacinadas tem mais condições de enfrentar adversidades associadas à ação de vírus e bactérias. Na conjuntura atual, a vacina contra a COVID-19 em idosos é fundamental.
Vacinas são preparações capazes de induzir resposta imune no organismo de quem as recebe. Elas são elaboradas para que – uma vez exposto a determinados vírus e bactérias – o indivíduo já disponha de anticorpos protetores. Assim, seu sistema imune terá a capacidade de produzir a resposta adequada às doenças para as quais estiver vacinado. Logo, a vacinação é fundamental para prevenir danos à saúde de pessoas de todas as idades.
Vacinas são seguras, não acredite em notícias falsas!
Pesquisadores e agências reguladoras governamentais obedecem a altos padrões de exigência e de qualidade para fabricar e aprovar vacinas. O desenvolvimento de vacinas é feito em fases, as quais incluem pesquisa inicial; testes orientados por rigorosos procedimentos éticos e o processo de avaliação dos resultados de segurança e de eficácia das vacinas.
No Brasil, a aprovação final para a elaboração e para a aplicação de uma vacina é de responsabilidade da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Além de avaliar resultados de segurança e eficácia, a Anvisa estabelece os requisitos mínimos para o registro das vacinas, com base na RDC No 55.
Apesar de não haver motivos para questionar a segurança das vacinas, há pessoas acreditando em notícias falsas e deixando de se vacinar ou de vacinar suas crianças. O estudo “As Fake News estão nos deixando doentes?”, realizado para investigar a associação entre a desinformação e a queda nas coberturas vacinais, revela que:
- A cada 10 brasileiros, aproximadamente, 07 acreditam ou já acreditaram em alguma informação falsa relacionada à vacinação. Dentre eles, há quem acredite “que as vacinas têm grandes chances de causar efeitos colaterais graves ou que as vacinas não são necessárias”.
- 57% dos brasileiros que não se vacinaram ou não vacinaram uma criança o fizeram por razões consideradas incorretas pela SBIm e/ou a pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
Dúvidas sobre a segurança das vacinas só existem quando não buscamos fontes seguras de informação e confiamos em informações obtidas via redes sociais e aplicativos de mensagens. Vacinas são seguras e contribuem para que possamos viver mais e com mais qualidade de vida. De acordo com a OMS, a vacinação evita de dois a três milhões de mortes por ano.
Quem deve se vacinar?
Frequentemente, reconhecemos a importância das vacinas para a saúde de bebês e crianças. Tanto que o calendário de vacinação infantil é bastante conhecido e respeitado em nosso país e a carteira de vacinação é um documento de referência das crianças. Contudo, muitas vezes não damos valor à nossa carteira de vacinação, quando chegamos à vida adulta. Isto é um erro, pois as vacinas são relevantes e recomendadas para pessoas de todas as idades.
A Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) estabeleceu um conjunto de orientações específicas para cada faixa etária. Adicionalmente, elaborou orientações para pacientes especiais; gestantes e pessoas transplantadas de células-tronco. Então, quando tiver dúvidas e quiser pesquisar sobre vacinas e calendários de vacinação, visite o site da SBIm ou outras fontes oficiais.
Vale ressaltar que, no caso da vacinação contra a COVID-19, os estados seguem as fases do Plano Nacional de Imunização. Confira, abaixo, as principais informações sobre este tema.
Por que se vacinar contra a COVID-19?
Além de todos os benefícios e da segurança que já mencionamos sobre as vacinas, no caso específico da vacina contra a COVID-19, vale destacar que:
- A vacina é a única forma, comprovadamente, segura e eficaz de prevenir contra a COVID-19.
- Estas vacinas são produzidas a partir do vírus inativado. Logo, não há risco de adquirir a COVID-19 por meio delas.
Qual a eficácia de cada vacina contra a COVID-19?
De acordo com dados publicados no site da SBIm, em 05 de maio de 2021, a eficácia das vacinas licenciadas no Brasil contra a COVID-19 é:
Coronavac (Instituto Butantan/Sinovac)
Eficácia geral: 50,39%%
Formas leves (sem necessidade de assistência médica): 77,96%
Formas moderadas ou graves (com hospitalização): não houve caso durante o estudo, porém os dados ainda não têm significância estatística.
AstraZeneca (Fiocruz/Universidade de Oxford/AstraZeneca)
- Geral: 70,42%
- Duas doses plenas: 62,10%
- Meia dose + dose plena: 90,05%
COMIRNATY (Pfizer/BioNTech)
- Geral: 95%
Ad26.COV2.S (Janssen Pharmaceuticals/Johnson & Johnson)
- Formas moderadas e graves: 66% na América Latina; 72% nos estados Unidos e 57% na África do Sul
- Formas graves: 85%
Posso relaxar após receber a vacina contra a COVID-19?
Apesar de já estar comprovado que a vacina protege contra as formas graves da COVID-19, ainda não se pode afirmar que ela evita a infecção e a transmissão da doença. Por este motivo, não se deve relaxar após receber a vacina. É preciso manter todas as medidas de contenção do espalhamento do vírus, tais como: a higiene das mãos com água e sabão ou álcool em gel 70%; o uso habitual e correto das máscaras e o distanciamento social.
A chegada da vacina contra a COVID-19 em idosos residentes em ILPI
A vacina contra a COVID-19 em idosos chegou a grande parte das Instituições de Longa Permanência. Com isso, a maioria dos idosos residentes e dos profissionais de ILPIs estão vacinados. Apesar deste cenário mais tranquilizador, algumas questões importantes devem ser consideradas para garantir a segurança dos residentes, de seus familiares e dos profissionais de ILPIs.
Neste sentido, dúvidas sobre as chances de contaminação pelo novo coronavírus em pessoas que já receberam as duas doses da vacina aplicadas e sobre a permanência da restrição de visitas aos idosos nas instituições são frequentes.
Um estudo feito por professores da USP e da UFRJ mostra que metade dos idosos com mais de 80 anos ainda não foi imunizada com as duas doses da vacina. O estudo mostra que, na faixa dos 70 aos 79 anos, 38% ainda não tomaram a segunda dose da vacina. Entre os que têm de 60 a 69 anos, 88% ainda não completaram a imunização. Em meio às principais hipóteses para a baixa cobertura vacinal estão a lentidão da vacinação devido à falta de estoque da vacina e a desinformação da população.
Por isso, reunimos neste post as principais questões e respostas sobre o tema para que a comunicação com idosos, familiares e equipe seja otimizada. Ah, e vale lembrar que no final deste texto você encontra as principais fontes com links para autoridades sobre o tema. Fique ligado sempre em fontes oficiais e especialistas!
Por que as visitas externas em ILPIs ainda não são recomendadas?
Ainda não existem dados científicos sobre o comportamento da COVID-19 entre idosos vulneráveis vacinados, principalmente entre os residentes em ILPIs. Este fato, somado ao atual estágio da pandemia no Brasil, faz com que a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG) recomende que as visitas se mantenham suspensas.
No entanto, para evitar os danos emocionais provocados pelo isolamento, algumas ILPIs estão permitindo o retorno das visitas. Para isso, adotam protocolos de segurança rigorosos que minimizem o risco das visitas de familiares a idosos. Entre as alternativas adotadas, estão separação de idosos e familiares pelo portão ou vidro e visitas “drive-thru”, com interação a distância dentro do carro.
O uso de máscaras e o respeito ao distanciamento físico, durante a visita, são imprescindíveis. Adicionalmente, é importante evitar pegar crianças no colo, entre outros. Crianças mais velhas devem ser orientadas a manter distância de idosos para a proteção deles.
Posso abraçar e beijar os idosos no meu convívio que foram vacinados?
A recomendação, infelizmente, continua sendo para evitar.
Flávia Bravo, diretora da Sociedade Brasileira de Imunizações, alerta que não há segurança para encontros de nenhuma faixa etária, muito menos dos idosos: “O número de pessoas ainda é pequeno para podermos afirmar se uma dose já dá proteção ou não. Quando falamos em 50,4% de eficácia com uma dose, por exemplo, significa que ela funcionou para essa parcela, mas para os outros 49,6% não, e você não sabe em qual categoria está o seu avô ou avó”.
Mitos sobre efeitos colaterais da vacina contra o coronavírus
É importante reforçar que as vacinas contra a covid-19 em idosos não agravam uma doença crônica e não deixam ninguém doente. Dentre os efeitos colaterais mais comuns estão dor no braço; dor no corpo e, às vezes, fadiga e febre baixa. A taxa de ocorrência de reações alérgicas graves é de 0,0005%. Ou seja, cerca de dois a cinco pessoas por milhão de vacinados.
Como interpretar casos de morte após a aplicação da vacina?
Há várias explicações para essas notícias. Segundo Isabella Ballalai, vice-presidente da SBIm, a pessoa pode já estar infectada quando receber a vacina ou se infectar antes de desenvolver imunidade. Em geral, isso só acontece entre 15 e 28 dias após segunda dose. Existe, também, a possibilidade de que as duas doses da vacina não tenham produzido o efeito esperado, porque nenhuma vacina é 100% eficaz.
É importante esclarecer que, até a data de publicação deste texto, nenhum óbito havia sido comprovadamente associado a qualquer dose de vacina contra a Covid-19.
Vacina contra a COVID-19 x Vacina contra a gripe
As pessoas que já receberam a primeira ou a segunda dose da vacina contra COVID-19 devem esperar 15 dias para se imunizar contra a gripe.
As Secretarias de saúde reforçam o alerta para os idosos que receberam a primeira dose da vacina da AstraZeneca, cujo intervalo entre as duas doses é maior. E orientam que estes não busquem o imunizante da gripe neste momento, pois a segunda dose contra a COVID-19 está próxima.
É de extrema importância que os idosos estejam com o calendário vacinal atualizado, incluindo a vacina contra a gripe. Ela não protege contra o Coronavírus. No entanto, é uma maneira de proteger os idosos contra doenças respiratórias, que podem impactar o sistema imunológico e favorecer o aparecimento de outras infecções.
Neste texto da Clínica Longevitat, você confere a importância da vacinação de diferentes doenças para a segurança e o bem-estar do idoso. A equipe ressalta que “para os idosos, ele é ainda mais importante, pois esse grupo de pessoas tem, naturalmente, um sistema imunológico mais debilitado e comprometido, especialmente quando associado à presença de doenças crônicas”.
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Referências:
Informação sobre vacinação em ILPI: não encontrei nenhum dado nacional sobre a vacinação em idosos residentes, apenas a informação de que o governo distribuiu vacina para 100% de idosos em asilos https://agenciabrasil.ebc.com.br/saude/noticia/2021-02/saude-diz-que-distribuiu-vacina-para-100-dos-idosos-em-asilos
1) Tira Dúvidas Butantan: https://butantan.gov.br/covid/butantan-tira-duvida/tira-duvida-fato-fake
2) Meu filho pode voltar a ver os avós? https://bebe.abril.com.br/saude/com-os-idosos-vacinados-meu-filho-ja-pode-voltar-a-ver-os-avos/
3) Metade dos idosos brasileiros ainda não tomaram a segunda dose https://www1.folha.uol.com.br/colunas/monicabergamo/2021/05/metade-dos-idosos-brasileiros-ainda-nao-tomaram-segunda-dose-de-vacina-contra-a-covid-19.shtml
4) Posicionamento SBGG: https://sbgg.org.br/wp-content/uploads/2021/03/nota_10-03-21-1.pdf
5) Como interpretar os casos de morte após a aplicação da vacina? https://saude.abril.com.br/medicina/covid-19-como-interpretar-casos-de-morte-apos-a-aplicacao-da-vacina/
6) As Fake News estão nos deixando doentes?
https://sbim.org.br/images/files/po-avaaz-relatorio-antivacina.pdf
7) Site da Sociedade Brasileira e Imunizações. Use como fonte oficial sobre vacinas: https://sbim.org.br/covid-19
8) Pesquisa sobre Fake News
https://www.ipsos.com/sites/default/files/ct/news/documents/2018-08/fake_news-report.pdf
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